Figura 1. A Análise da Aprendizagem como Ferramenta Metacognitiva para Melhorar o Sucesso Académico dos Estudantes (Volungeviciene et al., 2021, p.175)
De acordo com o Referencial DigCompEdu (Punie & Redecker, 2017), a análise de evidências faz parte das competências de avaliação, sendo fundamental para gerar, selecionar, analisar criticamente e interpretar evidências digitais relacionadas com as atividades, desempenho e progresso do aprendente, permitindo recolher informações que apoiam o ensino e a aprendizagem.
Ao recorrer a esta análise, os professores podem ajustar e adaptar o currículo para atender às necessidades e capacidades dos alunos. A análise é ainda útil para os professores planearem o reajustamento dos conteúdos e estratégias durante o curso de acordo com as necessidades dos estudantes, tornando o seu processo de aprendizagem e as intervenções mais personalizados.
A análise da aprendizagem fornece informação e conhecimentos valiosos não só para professores mas também para estudantes. De facto, esta aumenta a consciência das capacidades cognitivas dos alunos e um sentido mais forte de comunidade (Trespalacios & Perkins, 2016), fomentando o envolvimento mais ativo dos alunos. Como Sclater et. al. (2016) mencionam, existem diferentes formas de analisar e interpretar evidências, tais como o desenvolvimento de modelos de previsão (ver introdução conceptual), a análise de redes sociais, mostrando interações de padrões em fóruns de discussão (Holmes et al., 2019), e a personalização da aprendizagem, orientando os aprendentes no seu percurso de aprendizagem com recomendações e indicações sobre o seu progresso.
Em relação ao terceiro aspeto, a personalização da aprendizagem, as soluções de conceção da aprendizagem não são consistentes e sequenciais para todos os estudantes. Pelo contrário, o ensino está centrado num tópico amplo que abrange muitos recursos diferentes e os padrões de comportamento dos alunos são diferentes uns dos outros.
Importante! No interesse da transparência, é importante que os alunos saibam desde a primeira aula que o professor pode aceder e monitorizar os dados relacionados com a sua participação em ambientes de aprendizagem virtual. É igualmente importante informá-los sobre os dados que são acedidos, analisados, para que efeito são utilizados e como é garantida a proteção de dados.
Tópicos
2.1. Como analisar e interpretar as evidências disponíveis sobre a atividade e o progresso do aluno para apoiar o seu envolvimento?
2.2. Como fazer intervenções de ensino e aprendizagem com base em dados através de relatórios?
Resultados
Utilizar tecnologias digitais para fornecer feedback orientado e atempado aos alunos.
Adaptar estratégias de ensino e fornecer apoio orientado, com base nas evidências geradas pelas plataformas digitais utilizadas.
Permitir aos alunos compreender as evidências fornecidas pelas tecnologias digitais e utilizá-las para a tomada de decisões.
Gerar, selecionar, analisar criticamente e interpretar evidências digitais sobre a atividade, desempenho e progresso do aprendente, a fim de informar as dinâmicas de ensino e aprendizagem.
Utilizar tecnologias digitais para permitir aos aprendentes refletir e autoavaliar o seu processo de aprendizagem.
ESTRATÉGIAS E RECOMENDAÇÕES SOBRE COMO ANALISAR E INTERPRETAR EVIDÊNCIAS
Ponto de vista pedagógico:
Considerar e decidir que dados sobre o comportamento e o processo de aprendizagem e progresso dos alunos são importantes e passíveis de análise;
Decidir que dados serão analisados durante o semestre e no final do semestre/ período de aprendizagem;
Informar os estudantes sobre o que é gerado, controlado e analisado pelo docente e os dados que eles próprios podem analisar;
Analisar os relatórios de atividade dos alunos que demonstram quantas vezes cada recurso ou atividade de aprendizagem foi acedido pelos alunos. Isto pode ajudar a compreender e aprender sobre os estilos de aprendizagem dos alunos e os formatos preferidos dos recursos de aprendizagem;
Refletir sobre quais as alterações a fazer em relação à conceção da aprendizagem, material de aprendizagem, atividades, tarefas ou estratégias de avaliação baseadas em provas digitais;
Fornecer feedback aos estudantes sobre o seu progresso de aprendizagem.
Ponto de vista técnico:
Estabelecer e planear atividades e tarefas que possam ajudar a recolher os dados pretendidos;
Integrar ferramentas digitais externas ou suportadas por VLE que promovam a participação ativa dos alunos (por exemplo, Moodle Mind-map, Mentimeter, Padlet, Jamboard, Google Docs);
Utilizar ferramentas digitais para fornecer feedback oral ou escrito aos estudantes.